segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Formação da Consciência Missionária

A EBD e a Formação da Consciencia Missionaria

CONSIDERAÇÕES INICIAIS 

        O compromisso mais desafiador que a Igreja tem diante de si, está na formação do cristão como um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo. E para alcançar este grande objetivo, ela só terá pleno êxito se investir tudo o que pode na prática do ensino bíblico às pessoas de todas as faixas etárias que a compõe. Tal investimento deve ser feito com muito amor e dedicação na formação daqueles que estão caminhando na construção do Reino de Deus, Rm 12.7. A formação da consciência missionária de um indivíduo ou de uma comunidade passa, necessariamente pelo processo da educação. Nos primeiros e mais conhecidos objetivos da escola bíblica dominical, citados no manual da Escola Dominical, está declarada a necessidade da formação missionária da igreja:
  • Ganhar almas para Jesus;
  • Formar o caráter cristão;
  • Treinar obreiros para o serviço do Senhor Jesus.
1.A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA FORMAÇÃO MISSIONÁRIA DA IGREJA

      A educação cristã na igreja é, sem dúvida, a dimensão mais fundamental e a mais destacada missão que o Senhor Jesus Cristo entregou à sua Igreja: "ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado" (Mt 28.19,20). Jesus foi o mestre por excelência e durante seu ministério dedicou a maior parte do seu tempo à formação missionária dos seus seguidores. Do início ao final de seu trabalho na terra Ele empregou todos os esforços na aplicação desta verdade e, deixou claro que todos os seus seguidores deveriam fazer o mesmo com aqueles que viessem a tornarem-se seus discípulos também. Paulo enfatizou esta verdade em sua 2ª carta ao Jovem Obreiro Timóteo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”, e também quando escreveu à igreja em Éfeso. "... Até que todos cheguem à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina..." (2 TM 2.2; Ef 4.13,14).

     Jamais deve esquecido que dentre as prioridades da igreja de Cristo aqui na terra destacam-se a evangelização e a educação cristã. A Igreja de Jesus Cristo deve está comprometida não apenas com os valores cristãos, mas de um modo especial, deve permanecer engajada diuturnamente com a disseminação dos princípios cristãos arraigados na Bíblia Sagrada e o plano da salvação em Cristo Jesus. A formação da nova criatura em Cristo, visando levá-lo à sua plena maturidade assim como a formação de uma consciência missionária na vida de um discípulo de Cristo, é impossível sem a operação do Espírito Santo na vida humana. Daí, a relevância da oração e o lugar que a comunhão com Deus deve ocupar na vida dos verdadeiros seguidores do Senhor Jesus Cristo.

     A Escola Bíblica Dominical pode ser considerada a grande mola propulsora do crescimento equilibrado da maioria das igrejas evangélicas em nosso país. Organizada na Inglaterra em 1780, a Escola dominical teve início com a ideia de um jornalista cristão de Gloucester que preocupado com o futuro das muitas crianças que ele via dia após dia nas ruas, sem os cuidados básicos e sem educação. Robert Rikers organizou uma classe em uma sala alugada onde lecionava às crianças noções da língua inglesa, Aritmética e a Bíblia Sagrada nas manhãs de Domingo. A princípio, sua ideia e seu método não foram bem aceitos pelas igrejas de então, mas ao fim de três anos, a EBD espalhara-se por toda a Inglaterra e chegou a outros países.

     No Brasil a EBD teve início em 1859 com Robert e Sara Kaley em Petrópolis no Rio de Janeiro, fato que, simultaneamente era também a fundação da Igreja Congregacional no Brasil.

     A EBD cresceu e foi adotada pela maioria das igrejas protestantes no mundo todo e, em particular no Brasil, a EBD tornou-se uma das mais tradicionais estruturas de ensino das igrejas evangélicas. A EBD vem sendo ajustada às evoluções do tempo conservando a sua mensagem. A sua essência educacional e pedagógica continua a mesma. O seu livro texto continua sendo a Bíblia Sagrada. Suas lições são explicadas e aplicadas a cada domingo por professores graduados e/ou leigos sendo, na sua maioria, voluntários que sentem se chamados por Deus para ajudar na formação do caráter cristão de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

2.A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL COMO AGÊNCIA DE FORMAÇÃO CRISTÃ MISSIONÁRIA

     Hoje, é quase lugar comum afirmar que A Escola Bíblica Dominical é uma grande agência de educação cristã, uma estratégia comprovada para a condução do discipulado, a maturidade e a consciência missionária do povo de Deus. Muitos de nossos mais atuantes missionários, tanto do passado como do presente, tiveram como seu único centro de treinamento uma sala de aula da EBD. Ali receberam não só as necessárias informações que lhes instruiu sobre as bases bíblicas de missões como também a vocação e o incentivo para tão excelente obra. Dentre as grandes vantagens da EBD, destaca-se o fato de ela adequar-se a praticamente todos os métodos e modelos de crescimento da Igreja como o discipulado, multiministério, grupos familiares, rede ministerial, Igreja dirigida por propósito, etc.

      Através de séculos, a Escola Dominical tem sido um poderoso instrumento de educação no seio da igreja cristã. “No sentido mais completo do termo, a escola bíblica dominical é altamente significativa na vida das igrejas cristãs. Ela desempenha um papel importante no processo de continuidade da cultura religiosa que precisa ser transmitida às novas gerações. Além disso, a Escola Dominical fortalece a visão doutrinária, na medida em que oferece um espaço aberto para pensar e repensar os aspectos fundamentais de nossa fé cristã. Em sua missão, ela vai mais longe ainda, pois sua vocação é formadora, evangelizadora e missionária. Hoje estamos sendo desafiados a uma reflexão séria em torno da Escola Dominical, pois do contrário a igreja local em sua missão fracassará no tocante à formação do cristão em todos os sentidos. 

    O Ministério de ensino ou ação docente através escola dominical, deve trazer também a visão de educação na preparação, capacitação e treinamento de líderes, organização das atividades de planejamento e avaliação das diversas organizações da igreja, sem omitir um esforço de conscientização e ação missionária. “A igreja contemporânea precisa descobrir um modelo educacional que culmine na sua plena realização, ou seja, na descoberta da sua identidade local. Esta pode ser trabalhada a partir do questionamento: ‘Que tipo de Igreja desejamos ser ?’ ou: ‘Como Igreja, o que devemos fazer ?’ O que estamos fazendo hoje, de certa forma, determina o nosso amanhã. Movidos pela força do Senhor, temos conseguido vitórias que demonstram nosso compromisso com o Reino de Deus. Entretanto, nosso compromisso mais desafiador está na formação do cristão. A igreja, para alcançar o objetivo do ensino, precisa investir com muito amor na formação daqueles que estão caminhando na construção do Reino de Deus”.

     Além deste foco da escola bíblica dominical relacionada a missões, ela precisa formar pessoas para o desempenho do seu próprio ministério de ensino, ou seja, garantir a sua continuidade. E através de seu corpo docente, deve ter como meta o desenvolvimento de um processo técnico-pedagógico que gere crescimento espiritual e um profundo compromisso do cristão com a igreja local, preocupando-se com a transformação progressiva do cristão, no caráter, valor, motivação, atitudes e entendimento (1 Jo 4.17).

3.CONTRIBUIÇÕES PRÁTICAS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL PARA MISSÕES

Destacamos aqui algumas das grandes contribuições da EBD para a formação missionária da igreja:
  • A EBD quando bem estruturada proporciona à igreja a fundamentação bíblico-teológica para a sua maturidade e exercício missionários;
  • A EBD aponta estratégias eficazes para a prática de missões urbanas bem- sucedidas;
  • A EBD oferece através de sua estrutura de classes formadas por faixas etárias, grandes possibilidades de comunhão, o despertar de aptidões, oração coletiva, superação de problemas como timidez no ato de testemunhar, testemunho pessoal e incentivo à leitura. * A EBD fomenta em cada uma de suas reuniões o espírito missionário da igreja porque o seu livro texto é Bíblia Sagrada que é o manual de missões por excelência.

  • A EBD oferece uma boa formação bíblica gratuita porque seu corpo docente é um verdadeiro exército de voluntários vocacionados e capacitados pelo Espírito Santo que é o maior promotor de missões na história da igreja.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
      Como agência educadora que é, sua missão continua sendo ensinar o conteúdo da fé às presentes e futuras gerações. Enquanto comunidade reunida, a igreja aprende sobre Deus e como desenvolver sua missão no mundo permeado por conflitos e violência. A despeito das previsões mais pessimistas, a EBD se mantém viva imprimindo sua marca através dos tempos, preservando a memória e os sonhos daqueles que, atendendo ao chamado de Deus, se preparam para ensinar e fazer discípulos. Essa insistência e resistência apresentam formas diversificadas de acordo com as características de cada contexto e de cada época.


NOTAS

1.Antonio Gilberto da Silva, Manual da Escola Dominical, CPAD, RJ, 1987. 2.Dr.Tácito da Gama Leite Filho é escritor, autor de 84 Livros; doutor em Teologia (Pontifícia Universidade Católica - RJ); doutor em Psicologia (Flórida Christian University, Miame - FL - USA); fundador e diretor do CETEO - Centro de Estudos Teológicos Brasileiro – disponível em 18/01/2012 no site www. ceteo.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A Importância de Estudar Teologia!

É inadmissível que haja pessoas que sustentem que o estudo da Teologia não tem importância alguma. Esta é uma visão retrograda que desconsidera que estamos vivendo num mundo de mudanças e crescimento na área humana. E que para tanto, é preciso que se tenha uma visão relativista de tudo o que nos cerca e que fazemos parte dessa época.É diferente daqueles dias antes do Renascimento, onde perdurava a ignorância, não no sentido pejorativo, mas no que concerne a falta do conhecimento.
E é justamente nesta visão que conscientizamos alguns obreiros, ou qualquer pessoa que queiram adquirir conhecimento. Isto é, tanto na área bíblica e teológica como secular.Quem estuda teologia além de obter conhecimento aprofundado das “Doutrinas Sistemáticas”, tem também ou obtém uma visão maior no campo teológico, ou seja, adquire conhecimento Geográfico, Sociológico, Cultura, Filosófico e Bíblica Geral.
O PRECONCEITO DE ALGUNS CRISTÃOS SOBRE A TEOLOGIA
O problema ainda é visto no meio evangélico com certo preconceito. Estudar Teologia para alguns cristãos é correr risco. Há quem afirme que o obreiro ou quem estuda teologia pode se tornar um cristão frio, formalista ou que pode até se desviar da fé.
Ora, os textos que citamos neste comunicado são críveis do ponto de vista bíblico e espiritual, e negar a educação é uma estupidez.
Infelizmente há muitos cristãos que estão mais propícios ao fanatismo porque não estudam do que quem procura adquirir conhecimento. O mais espiritual não é prova de que a “ignorância” foi ou será o correto, ou melhor, que o ignorante tem que permanecer na ignorância porque isso expressa ser espiritual.
Precisamos saber que o conhecimento sem o espiritual pode levar alguns ao formalismo, e o espiritual sem o conhecimento também pode levá-lo ao fanatismo religioso. Portanto, tudo tem que ter ponderação, e isso aprendemos estudando e adquirindo o conhecimento, pois é como disse Jesus: “E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos Libertará” – Jo 8.32.
Não podemos admitir que no pleno século XXI, ainda há cristãos, obreiros e pastores que não têm a visão do reino de Deus. Estão enclausurados em seus templos conformados com a rotina de cultos mal administrados, ou seja, sem uma linha lógica da liturgia. E passam os anos e nada muda, pois o povo está estagnado e acostumado com as mesmices, destarte sem perspectiva de crescimento por parte, e quando não a decadência espiritual.
ESTUDAR TEOLOGIA É SABER AS COISAS DE DEUS
Estudar teologia é se aprofundar e adquirir o conhecimento para um crescimento na Palavra de Deus. Por mais que haja intenções que visem a adequação sistemática, ou que cooperem para o bom andamento da Igreja com sua administração, mesmo assim, não podemos nos eximir de que se deve por regra adquirir o conhecimento bíblico-teológico.
Todavia, as inverdades perduram na mente e coração de quem não olha sem perspectiva futurística. Mas quando diferente disso, as coisas andarão de acordo a vontade de Deus. Aprendemos a vontade de Deus através da sua Palavra. Deus revelou sua vontade na sua Palavra, a Bíblia Sagrada.
Vamos analisar alguns pontos, pense você em alguém abrindo a Bíblia num culto onde exista uma multidão. E naquela ocasião o ministrante é um “leigo” na concepção da palavra. E pega um texto obscuro, ou seja, de difícil compreensão ou sem fazer uma exegese do texto.
Aplica-o de forma contundente sem olhar o texto e nem o contexto, e todos os pormenores teológicos, e na ocasião você como participante do culto e conhecendo aquela passagem bíblica fica concomitantemente estarrecido.
E daí, você sabe que a pregação ou ensino está fora da verdadeira exegese, podemos aceitar como uma verdade revelada de Deus? Bem, se a sua resposta é sim, talvez diga lhe que infelizmente essa é a situação de muitos dentro de suas respectivas igrejas, onde se mutila a Bíblia de forma absurda e a expõem de forma mentirosa aos ouvidos de pessoas que precisam ouvir Deus falar.
Finalizo dizendo que há muita gente se dizendo pregadores e mestres, ou seja, são pessoas que nunca se sentaram para aprender. Pois, ler livros e sair por ai pregando as idéias alheias é falta de maturidade cristã, quero ver é quem de anos vem labutando e adquirindo conhecimento e tem Deus como seu ajudador.
Digo que, um pregador não se faz da noite para o dia, e sim, nos bancos de Igrejas onde se ensinam a Palavra de Deus, e nos bancos de seminários, e por fim, começando pela Escola Bíblica Dominical.
O CONSELHO DE PAULO AO JOVEM OBREIRO TIMÓTEO:
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem tens “Aprendido”. E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. II Tim 3.14 e 15-16.
Timóteo era filho de Paulo na fé, porém, filho de pai grego, sua mãe Eunice, e sua avó Loíde, ambas criaram Timóteo ensinando-o as verdades de Deus. Então, fica claro porque Paulo lembra-lhe de tudo o que o Jovem Obreiro precisava por em prática, ou seja, o conhecimento que adquiriu na sua infância e adolescência…
E por fim, diz o Senhor Deus: Os entendidos, pois, resplandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a Justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente. Dan 12.3.                                                                      (Pr. José R. Melo)
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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O Último Caçador de Bruxas - Trailer oficial - Dublado 2015

Um pouco da História de Manaus

Na época das grandes explorações por países do velho mundo, havia uma grande corrida pela conquista de novas terras.
Em 1540 Francisco Orellana, que vinha do Perú e pretendia chegar à Espanha, navegou em um grande rio que já se chamava Amaru Mayu ou “A Serpente Mãe do Mundo”, que rebatizou como Rio Orellana. Mas, ao ter sua expedição atacada na foz do Nhamundá por uma tribo de mulheres guerreiras, mudou o nome para Rio Amazonas, numa alusão às guerreiras gregas que retiravam um seio para melhor manuseio de arco e flechas.
Em 1542 a expedição de Orellana chegou ao Oceano Atlântico, e seus relatos despertaram o interesse de espanhóis, ingleses, holandeses e franceses, que chegaram a explorar comercialmente a imensa região e foram expulsos pelos portugueses somente por volta do ano de 1639.
Maquete do Forte São José da BarraPara garantir os seus domínios na região os portugueses criaram em 1669 o Forte de São José do Rio Negro, em torno do qual surgiu um arraial que se chamou Lugar da Barra e deu origem à cidade de Manaus.
Toda a região amazônica era governada a partir de Belém, capital da província do Grão-Pará, e como tornou-se impossível administrar uma área tão grande, atender à sua população e manter a paz com os indígenas que resistiam à colonização, criou-se em 3 de março de 1755 a Capitania de São José do Rio Negro.
Em 1833 o Lugar da Barra foi elevado à categoria de Vila e foi chamado de Manaus, que significa “Mãe de Deus”, em homenagem aos valentes índios da tribo Manaós. Em 24 de outubro de 1848 a vila recebeu o título de Cidade da Barra do Rio Negro e, em 04 de setembro de 1856, foi finalmente denominada Cidade de Manaus, tornando-se capital da então Província do Amazonas, que fora criada em 05 de setembro de 1850, desmembrando-se do Grão-Pará, para ocupar totalmente a região e resistir às tentativas de expansão do Perú.
Anos depois surgiu um dos mais importantes ciclos econômicos do estado, o Ciclo da Borracha, em uma época em que imigrantes nordestinos fugiam da seca e se instalavam nos seringais com o sonho de enriquecer. A participação de empresas inglesas foi importante para o surgimento de melhorias na cidade de Manaus, como luz elétrica, água encanada e rede de esgotos, o Porto de Manaus, e bondes elétricos, sendo importante acrescentar que, naquela época, muitos desses serviços ainda não existiam no restante do país. Foi um tempo de luxo, em que as famílias abastadas mandavam seus filhos estudarem na Europa e os prédios locais eram construídos com materiais exclusivamente europeus, em estilos art nouveau e neoclássico, com destaque para o famoso Teatro Amazonas, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o prédio da Alfândega e o Palácio da Justiça, que até hoje são destaques na arquitetura local.
A concorrência dos seringais da Malásia fez com que, por meio século, Manaus sofresse com o declínio do Ciclo da Borracha, que teve uma sobrevida durante a 2ª guerra mundial, mas tornou a cair, até que em 1967 o governo federal implantou aZona Franca de Manaus, como solução para a continuação do desenvolvimento regional. A cidade ganhou um novo fluxo turístico comercial muito grande e estruturas hoteleiras foram montadas para atender a essas demandas. A seguir implantou-se o Pólo Industrial de Manaus, com centenas de fábricas das maiores marcas mundiais, que constitui um dos pilares da economia local, além do Pólo Agropecuário e do processamento e da comercialização de petróleo e gás natural.

Existe um propósito para tudo o que Deus faz



Muitas vezes não entendemos o porquê de estarmos passando por situações que acreditamos que sejam desgraças para nossas vidas. Às vezes questionamos até mesmo a Deus. Mas nós precisamos entender que tudo o que acontece em nossa vida tem um propósito. Deus não faz com que nada aconteça somente por acontecer, quando ele diz sim ou não, há algo que está querendo nos ensinar.
Certa vez, o apóstolo Paulo passou por isso.A bíblia relata que ele orou três vezes para que Deus tirasse um “espinho”(Um problema) de sua carne,porém, Deus não o fez.Paulo diz que esse espinho foi “colocado nele” para que ele não vinhesse a se exaltar.(2Co:12.7-9)Ou seja,para que ele permanecesse na vontade de Deus sem desagradá-lo.
 
 
Isso acontece muito conosco,pois muitas vezes pedimos para Deus tirar um determinado “problema”(ou resolver alguma situação desagradável) de nossa vida,porém,ele não o faz. No entanto, Ele nos dá uma resposta,assim como fez com Paulo.Veja a resposta de Deus:
A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza…(2Co:12.9)
Nós devemos passar a entender que Deus tem o controle sobre todas as situações na nossa vida. E mais, nós devemos aprender a  nos gloriar/sentir prazer nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias por amor de Cristo.Porque quando nós estamos fracos, então é aí que somos fortes.(2Co:12.10)

Nós devemos ficar tranquilos diante de determinadas situações, pois Deus jamais irá nos provar além do que suportamos!

Muitos problemas ocorrem em nossas vidas para que possamos aprimorar o nosso relacionamento com Deus no decorrer de nossa caminhada.Lembre-se:podemos não conseguir entender o propósito de Deus em relação a determinada situação que se passa em nossa vida,porém existe um propósito para tudo o que Deus faz.
 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

É Melhor Serem Dois Do Que Um – por Luciano Subirá

Após a conclusão de cada etapa da criação, vemos nas Escrituras que o Senhor Deus reconhece que aquela obra feita era algo bom (Gn 1.10,12,18,21,25,31). A única declaração de teor diferente acontece quando Deus olha para o homem que estava sozinho e afirma: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). A sabedoria divina condena o isolamento e nos ensina as bênçãos do companheirismo:
“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Provérbios 18.1).
Viver sozinho, salvo exceções como nascer “eunuco” (com este dom) ou se fazer “eunuco” pelo Reino de Deus (por uma situação onde não é permitido um novo casamento), não é o ideal de Deus para todo o homem (Mt 19.12). A Bíblia diz que “melhor é serem dois do que um”, o que deixa isto bem claro:
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.”  (Eclesiastes 4.9-12)
O rei Salomão, instrumento divino para nos trazer estas palavras, não estava falando especificamente sobre o casamento; ele falava sobre um exemplo de unidade que cabe num relacionamento de amigos, de parceiros de trabalho e ainda outros. E embora estas palavras não se apliquem exclusivamente ao matrimônio, este princípio bíblico também não exclui, em hipótese alguma, a relação conjugal. E é dentro deste contexto, da vida do casal, que queremos buscar entender não apenas o texto em si, mas como estas verdades se relacionam com outras declarações bíblicas acerca do casamento. O escritor de Eclesiastes menciona quatro áreas onde o companheirismo faz toda a diferença e justifica a afirmação de que é melhor serem dois do que um. São elas:
1) Parceria   -   2) Suporte   -   3) Cuidado   -   4) Proteção
Sem estas quatro expressões de companheirismo talvez fosse melhor declarar que é melhor ser um do que dois, uma vez que os “benefícios”que justificam esta afirmação deixaram de estar presentes. Queremos refletir um pouco sobre cada um deles.
PARCERIA
O primeiro benefício mencionado na declaração bíblica de que é melhor serem dois do que um é que os dois terão “melhor paga do trabalho”. Isto fala de duas coisas: da parceria nas conquistas e de sinergia, que é o resultado desta parceria.
Primeiramente queremos analisar a visão de parceria e como isto se encaixa na união matrimonial. A mulher foi criada por Deus para ser uma auxiliadora idônea, capaz (Gn 2.18). Isto significa que o homem não foi criado por Deus para conquistar sozinho e, somente depois, partilhar o “despojo” com sua esposa. Mesmo tendo a responsabilidade de provedor, o homem precisa viver a relação de parceria em cada conquista no casamento. Deus reconheceu que o homem precisaria de ajuda e, ao criar a mulher a fez com toda capacidade de prover ajuda!
Isto fala não só das conquistas materiais e geração de renda. Embora a palavra hebraica traduzida como “paga do trabalho” seja “sakar” – que significa “soldo, salário, pagamento” – ela também tem o significado de “recompensa”. O casamento é uma parceria contínua! Desde a procriação, cuidado, provisão e educação dos filhos até os ganhos materiais e financeiros o casal deve caminhar em parceria. Mesmo sendo o cabeça do lar e tendo a responsabilidade final nas decisões, o esposo deve ouvir os conselhos de sua esposa e incluí-la em seus projetos.
Se cada um quiser viver por si, como se fossem dois solteiros dividindo a mesma cama e o mesmo teto, não poderão dizer que é melhor serem dois do que um. A beleza da parceria, além do companheirismo e cumplicidade nas conquistas, pode também ser vista nos resultados. Melhor paga do trabalho não significa um salário que é dobrado para depois ser repartido entre os dois; isto não faria a menor diferença! Se cada um sozinho ganha quatro mil reais e pode ficar com tudo para si, qual é a vantagem de juntarem suas rendas que, totalizadas, chegam a oito mil reais e depois dividi-la em dois voltando ao resultado inicial? A verdade é que, juntos, mesmo repartindo, o casal conquista mais! Por exemplo, se cada um sozinho produz uma renda de quatro mil reais, mas juntos conseguem produzir doze mil reais (em vez de só os oito mil reais que conseguem sozinhos), então temos uma sinergia. Em vez de somar resultados, a parceria os multiplica! Isto é sinergia e vemos este princípio na Bíblia:
“Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o Senhor lhos não entregara?” (Deuteronômio 32.30)
“Perseguireis os vossos inimigos, e cairão à espada diante de vós. Cinco de vós perseguirão a cem, e cem dentre vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós. Para vós outros olharei, e vos farei fecundos, e vos multiplicarei, e confirmarei a minha aliança convosco.” (Levítico 26.7-9)
Falando das batalhas que o povo de Israel iria travar ao entrar na terra Prometida, Moisés, da parte de Deus, fala aos hebreus que um deles perseguiria mil, mas dois juntos não somariam os resultados para dois mil, mas o multiplicariam para dez mil! Também afirma que cinco perseguiriam a cem (o equivalente a vinte pessoas por perseguidor), mas cem perseguiriam a dez mil (o equivalente a cem pessoas por perseguidor). Isto é sinergia. Tanto em um exemplo como no outro vemos que neste tipo de parceria os resultados não se somam, se multiplicam. Podemos trazer este princípio para o planejamento familiar, para a criação dos filhos, para o trabalho e conquistas materiais e, não só para a dimensão natural, mas também para a espiritual: a vida de oração do casal.
Tenho aprendido a incluir a participação de minha esposa em tudo que faço. Desde o planejamento financeiro e decisões que precisam ser tomadas nesta área até as questões do ministério; a Kelly participa na forma como prego e ensino (antes, na preparação, e depois, na avaliação), como conduzo as reuniões ministeriais e a vida da Igreja, em minhas viagens (mesmo quando não pode me acompanhar faz a retaguarda de oração)… Sou muito grato a Deus por me permitir viver em parceria com minha esposa!
Porém, se os cônjuges decidem viver cada um por si, sem a dimensão de parceria proposta nas Escrituras, não poderá se dizer que é melhor serem dois do que um… Reveja estes valores em seu casamento. Não deixe de buscar viver esta poderosa parceria. O casamento não é apenas duas pessoas que decidiram viver juntas, é o ato de construírem juntos uma vida!
SUPORTE
Outra característica importante do companheirismo e que valida a afirmação de que é melhor serem dois do que um, é o suporte. A Escritura Sagrada declara que “se caírem, um levanta o companheiro”. Nos momentos de altos e baixos que enfrentamos, o que está melhor ajuda o outro. Encorajamento, apoio, suporte, são essenciais a união matrimonial.
Muitas pessoas entram com a motivação e expectativa errada no matrimônio; elas entram na aliança matrimonial pensando muito mais em receber do que em oferecer algo. Esperam que o cônjuge, ou mesmo a própria relação, façam-nas felizes. Porém, como já afirmamos, o fato é que não nos casamos com o único propósito de sermos felizes, mas primeiramente, para fazermos o cônjuge feliz (Dt 24.5). A Palavra de Deus nos ensina que o homem casado deve agradar a sua esposa e vice-versa (1 Co 7.33,34).
É correto esperar receber suporte do seu cônjuge, mas antes de esperar receber (ou mesmo cobrar esta atitude), devemos oferecer suporte! Estamos falando dos padrões de Deus para o casamento e não do matrimônio segundo o mundo. Portanto, espera-se dos cônjuges cristãos um comportamento que demonstre maturidade cristã. E esta maturidade nos faz compreender que dar é mais importante do que receber (At 20.35).
Em sua carta aos coríntios, Paulo declara que “o amor não busca os seus próprios interesses” (1 Co 13.5). Escrevendo aos filipenses, o apóstolo também ensina o crente a não olhar só para si, mas para os outros, e afirma o seguinte:
“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” (Filipenses 2.4)
O Senhor Jesus também nos ensinou (não só com palavras, mas principalmente por seu exemplo) acerca da virtude de servir em vez de apenas buscar ser servido:
“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.42-45)
A maioria das queixas dos casados contra o próprio cônjuge são cobranças do que o outro deveria ter feito. Infelizmente, somos egoístas demais e focados no próprio umbigo! Contudo, quando em vez de somente querer ser servidos, colocamos nossos cônjuges à frente e passamos primeiro a servir, alimentamos um outro ciclo onde nossos cônjuges, em vez de também apenas cobrarem, passarão a também nos servir com alegria. Não é fácil colocar o outro à frente de seus sonhos, projetos e vontades!
Lembro-me que na ocasião em que o Israel – nosso primeiro filho – nasceu a Kelly entrou numa crise enorme. Estávamos casados há dois anos e meio nesta ocasião, mas a Kelly havia saído de casa e mudado para a nossa cidade cerca de um ano antes do casamento; portanto já estava há pelo menos três anos e meio morando longe dos pais. A distância de quase setecentos quilômetros entre nossa casa e a casa dos meus sogros, somada à uma certa limitação financeira dos primeiros anos de casado, não nos permitia vê-los com tanta frequência como gostaríamos, mas mesmo assim a Kelly nunca deixou de me apoiar e de sustentar a mesma declaração que Rute fez à sua sogra Noemi:
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rute 1.16)
De repente, após o nascimento do Israel, minha esposa começou a demonstrar sinais de tristeza por estar tão longe do restante da família (dela e minha, pois meus pais moravam numa cidade próxima à dos pais dela). Ela dizia que havia se dedicado em me apoiar e acompanhar e que nunca havia se arrependido disto, mas que partia o coração dela saber que o nosso filho iria crescer longe dos avós e do restante da família. Conversamos e oramos acerca disso várias vezes e a situação parecia somente se agravar.
Um dia, tive uma conversa séria com ela; disse que percebia que ela não estava conseguindo superar aquilo, embora continuasse se esforçando muito para me apoiar. Expliquei que, embora ela não reclamasse nem pedisse para nos mudarmos, era evidente que, naquele momento, seu coração não estava mais ali na cidade. Então declarei a ela que, em função do que ela estava enfrentando, eu estava disposto a deixar o pastorado daquela igreja para nos mudarmos para mais perto da cidade dos nossos pais, uma vez que, depois de Deus, a família é nossa maior prioridade. A Kelly se alarmou com minha sugestão e disse que não queria atrapalhar meu ministério. Retruquei que eu poderia exercer o ministério onde quer que estivesse, que já tínhamos uma boa equipe ministerial naquela igreja, e que não havia me mudado para lá afim de ficar ali para sempre. Mesmo assim, ela preferiu orar mais e buscar ao Senhor antes de qualquer decisão precipitada e, acabou entendendo da parte de Deus que não era a hora de nos mudarmos e que o Senhor traria graça e ela venceria aquela crise, como de fato aconteceu.
Mesmo não tendo nos mudado, naquele dia a Kelly percebeu que meu compromisso com ela era bem maior do que ela imaginava. Foi algo parecido com o sacrifício que Deus pediu a Abraão; ainda que ele não tenha chegado ao ponto de imolar Isaque, soube-se que ele teria ido até o fim. Esta foi a minha primeira experiência no casamento onde realmente enxergamos a importância de oferecer suporte um ao outro. Eu faria qualquer coisa para apoiar minha esposa e vê-la feliz; ela, por sua vez, lutava com sua crise não querendo me tirar do propósito divino e achando que, mesmo em meio à lutas e dificuldades, deveria estar ao meu lado a qualquer preço.
Penso que se tivéssemos agido de forma egoísta, com ela lutando para estar perto dos pais e eu lutando pelo meu ministério, nossa relação, em vez de consolidada como foi, teria sofrido um sério desgaste. Oferecer suporte ao cônjuge é algo de um valor imensurável. Se trouxermos este padrão de conduta cristã ao nosso casamento tudo será diferente! Porém, se os cônjuges decidem apenas esperar (ou mesmo cobrar) por suporte da parte do outro, então não poderá se dizer que é melhor serem dois do que um…
Reveja estes valores em seu casamento. Nunca deixe de ser um instrumento divino de apoio e fortalecimento, de consolo e amparo ao seu cônjuge!
CUIDADO
O texto de Eclesiastes também afirma que “se dois dormirem juntos, se aquentarão”. Acredito que isso fala – dentro do contexto da união matrimonial – de levar calor para a vida do companheiro, ajudá-lo a superar os desconfortos da vida, bem como promover pequenas alegrias e cuidados.
Um casal “brigado” normalmente não gosta de dormir junto, porque este é um ato de intimidade. Na minha primeira semana de casado, a Kelly brincou comigo acerca disso. Ela me falou que a mãe dela a havia aconselhado antes de casar, dizendo: “Aconteça o que acontecer, não importa o desentendimento que um dia você e o Luciano possam vir a ter, nunca saia do quarto!”E quando eu ia elogiar a sabedoria da minha sogra ao dar este conselho, ela terminou com a seguinte frase: “Se alguém tiver que sair do quarto, que seja ele! Você, minha filha, defenda o seu território!” Nós rimos juntos da brincadeira, mas decidimos desde aquele dia vigiar para que isto não viesse a acontecer de fato. A Palavra de Deus nos adverte:
“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o Sol sobre a sua ira, nem deis lugar ao diabo.” (Efésios 4.26,27)
Isto significa que um casal nunca deve deixar a ira durar até o dia seguinte; pelo contrário, os cônjuges devem se reconciliar antes de dormir! Mas por que a tendência de um casal que se desentende é dormir separado? A verdade é que dormir junto fala de intimidade. Também fala do leito do casal e da sua vida sexual. O conceito de amor e intimidade de um casal está fortemente associado ao quarto e à cama. E este tipo de cuidado mútuo não pode faltar. Porém, aquecer um ao outro é algo que, no casamento, fazemos não só de modo literal, sob cobertas, mas também no âmbito emocional. São conversas, expressões de carinho por meio de palavras, presentes e atitudes que não permitem que o coração do cônjuge se esfrie.
Cuidado não é só prover e arrumar a casa; também fala de coisas pessoais de um para o outro, dos pequenos mimos, de tudo aquilo que mostra que o cônjuge se importa de fato. Quando isso falta, a relação se deteriora, e então, sem estes valores, acabamos tendo que dizer que é melhor ser um do que dois. Reveja a importância do cuidado mútuo em seu casamento. E faça valer a afirmação “é melhor serem dois do que um”.
PROTEÇÃO
O texto de Eclesiastes ainda revela que “se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão”. Isso fala de proteção, defesa mútua, cobertura recíproca. Quando as batalhas surgem, o casal deve aprender a se unir e resistir juntos. Há muitos tipos de lutas e de inimigos que tentam prevalecer contra nós. Uma delas, é a batalha que é continuamente travada no reino espiritual contra todo cristão (e matrimônio):
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.” (Efésios 6.11-13)
Paulo escreve aos efésios advertindo acerca da realidade da batalha espiritual, mostra claramente quem é o inimigo e revela que, para oferecer resistência, o cristão deve se revestir da armadura de Deus (que é detalhada nos versículos 14 a 17). Mas depois de falar das armas é que ele ensina como se trava esta batalha:
“Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. (Efésios 6.18)
A oração não é apresentada como uma arma. O ato de orar é a própria guerra onde entramos munidos de toda a armadura de Deus. O primeiro nível de resistência que um casal deve aprender a oferecer é mediante a oração. Temos que cobrir a vida de nosso cônjuge de oração; devemos fazer guerra contra o inimigo (e as circunstâncias) por meio da oração!
Recordo-me de certa ocasião em que o entendimento da necessidade deste tipo de batalha pelo cônjuge ficou, na prática, muito claro para mim. No nosso primeiro ano de casado, a Kelly enfrentou uma luta que vencemos em oração. Certo dia saí cedo de viagem para voltar no fim da tarde do mesmo dia. Por conta de um atraso causado pelo tráfego da rodovia, liguei para casa para dizer a minha esposa que chegaria depois do previsto, o que me faria ir direto para a igreja, uma vez que era dia de culto. Quando pedi que fosse me encontrar na reunião, a Kelly disse que preferia não ir ao culto, pois não estava bem. Perguntei o que ela estava sentindo, posto que pela manhã, quando saí de viagem, ela estava bem. Ela me falou de sintomas físicos, mas também de uma grande batalha emocional e espiritual que passara a sentir no fim da tarde e que não entendia o que era aquilo nem porque estava acontecendo. Senti que deveria orar com ela por telefone mesmo e, travei batalha contra as forças das trevas, abençoei a vida dela, intercedi e desliguei o telefone. Ela me contou depois do culto que estava deitada quando eu orei por ela; de repente, um calorão começou a percorrer seu corpo e fazê-la suar e os sintomas desapareceram completamente. Fiquei espantado quando voltei para casa e ela me mostrou os lençóis e o travesseiro completamente molhados! A Kelly testemunhou que foi imediatamente curada no corpo e que toda nuvem de opressão desapareceu enquanto eu orava por ela. Isto nos fez levar mais a sério a realidade da batalha espiritual que travamos e a importância de cobrirmos de oração a vida um do outro. Gosto de um exemplo bíblico que mostra alguém lutando por outro em oração:
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus.” (Colossenses 4.12 – ARC)
A palavra grega traduzida como “combatendo” neste versículo é “agonizomai” e, conforme o Léxico da Concordância de Strong, significa: “entrar em uma competição, competir com adverários, lutar, esforçar-se com zêlo extremo, empenhar-se em obter algo”. A versão KJA (King James Atualizada) traduziu como “guerreando”, a versão Atualizada de Almeida escolheu esta palavra como “esforça-se sobremaneira”, a e a versão Revisada optou por “sempre luta por vós”.
Além da batalha espiritual, que travamos por meio da oração, há outros níveis de resistência a oferecer. É a guerra contra a sensualidade e as propostas de envolvimento sexual ilícito, cujo apelo é cada dia maior. Já nos dez mandamentos, na Antiga Aliança, temos dois mandamentos que envolvem a saúde matrimonial: 1) “não adulterarás” e 2) “não cobiçarás a mulher do próximo”. Portanto, percebemos que Deus sempre tratou disso como uma área que requer cuidado. O apóstolo Paulo advertiu os irmãos de Corinto:
“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (1 Coríntios 7.5)
A Bíblia diz que Satanás, como tentador, vai tentar explorar as brechas que os cônjuges dão nesta área. Reconheço, porém, que esta batalha não se trava somente com oração e que o tipo de resistência que o casal deve oferecer contra os ataques sensuais envolve cuidar e suprir as necessidades físicas um do outro. Um cônjuge suprido emocional e sexualmente não estará exposto a este tipo de ataque como aquele que tem sido negligenciado nesta área. Há uma declaração no Livro de Provérbios que nos mostra isto:
“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.” (Provérbios 27.7)
O casal deve lutar junto, e não um contra o outro. Talvez um dos tipos de defesa que deva ser praticado pelo marido e mulher seja o de proteger ao cônjuge de si mesmo. Muitas vezes existem ataques verbais (e emocionais) que ferem profundamente ao cônjuge e ainda entristecem ao Espírito Santo:
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.” (Efésios 4.29-31)
O matrimônio é o mais profundo laço de relacionamento, supera o dos filhos com seus pais, por isso o homem deixa pai e mãe para se unir à sua mulher (Gn 2.24). Contudo, muitos cônjuges erram deixando haver interferência dos pais no relacionamento. Devemos honrar ao pais, isto é bíblico, mas quando os pais (ou sogros) começam a atacar e implicar com seu cônjuge, penso que você deve protegê-lo (a menos que ele esteja realmente insistindo no pecado). Ao longo dos anos de ministério pastoral tenho visto muitos problemas e mágoas causados por esta falta de cuidado e proteção.
Neste nível de relacionamento, a cobertura recíproca é importantíssima. Nunca descubra seu cônjuge a quem quer que seja; não exponha as fraquezas dele, não o critique em público. Proteja-o de ser ferido emocionalmente!
Estes são ingredientes importantíssimos para um relacionamento: parceria, suporte, cuidado e proteção. Sem eles não dá para dizer que é melhor serem dois do que um! Se não trouxermos estes valores e práticas para nossa relação conjugal, então, tristemente teremos que reconhecer que é melhor ser um do que dois. Negligenciando estas práticas acabaremos por concluir que era melhor ter ficado solteiro. E muitos casados estão tentando viver sob o mesmo teto como se ainda fossem solteiros; isto tem que mudar, caso contrário, seu relacionamento estará condenado.
Paulo disse aos coríntios: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisiti das coisas próprias de menino” (1 Co 13.11). Parafraseando a afirmação do apóstolo, poderiamos dizer: “quando eu era solteiro, falava como solteiro, sentia como solteiro, pensava como solteiro; quando cheguei a ser casado, desisiti das coisas próprias de solteiro”.
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Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Saber esperar, uma grande virtude

Constatamos claramente que existe na sociedade de hoje uma suposta “cultura do imediatismo”, e se analisarmos cuidadosamente nosso proceder encontraremos nele marcas desse imediatismo vigente.
Queremos tudo pronto, do jeito que idealizamos e na hora em que pensamos. Por isso, o homem contemporâneo se perde cada vez mais em uma profunda superficialidade, pois não consegue experimentar o crescimento e a maturidade que o ato de esperar traz a cada pessoa. Como diz o ditado: “O apressado come cru”. É verdade. Basta olhar para os fatos.
Quantas são as pessoas que se encontram infelizes ou se separaram, partiram, enfim, porque se casaram precipitadamente… Quantos jovens se encontravam ansiosos para casar e, até contrariando a muitos, se casaram antes da hora, e depois como fruto de sua impaciência vivem um verdadeiro inferno conjugal. E o que é pior: chegando até a culpar a Deus pelo seu infortúnio.
Na hora de fazer algo não se pensa em Deus nem se pergunta para Ele, depois cruelmente Ele se torna o vilão da história… É como o aborto. “Na hora de fazer ninguém pensa”, depois que acontece a gravidez surgem as justificativas: “Não tenho condições de criar essa criança”. Ou “Não tenho uma boa situação financeira, por isso não poderei dar uma boa educação [para a criança]”. Por que não se pensa nisso na hora de concretizar o ato? Por onde andava a “responsabilidade” nesse momento?
Agir precipitadamente em busca de um prazer imediato muitos querem, mas assumir as consequências de suas ações poucos ou quase ninguém quer… É nossa a responsabilidade pelos nossos atos, ou pelo menos deveria ser.
Saber esperar o tempo certo é sinal de maturidade. Quem é maduro espera, quem não o é inventa motivos ilusórios para fazer sua vontade antes do tempo.
“A paciência tudo alcança”, a espera nos faz crescer. Deus lhe dará o que você pede (se for conforme a vontade d’Ele), mas, antes, Ele o prepara para receber. E saiba que é sempre mais do que foi pedido. Basta apenas confiar e esperar n’Ele.
Precisamos aprender a não desistir; a não desistir dos outros e, principalmente, de nós mesmos. Tudo tem seu tempo, é necessário dar tempo ao tempo, cada pessoa tem seu tempo de amadurecer e crescer, não temos o direito de desistir das pessoas impulsionados pelo nosso imediatismo.
Quem é maduro sabe esperar o tempo de cada pessoa, o tempo do amigo, da esposa, do companheiro de trabalho, entre outros. Temos que acreditar nas pessoas, enxergando além de suas fraquezas do hoje, pois o mundo está carente de pessoas que vejam nas outras a virtude que está por vir, o positivo que está escondido por detrás da imperfeição… Já existe muita gente que condena e aponta o erro, precisamos de gente que aja de forma diferente.
Você também não tem o direito de desistir de você, nem de ninguém. Calma. Aos poucos tudo se encaixa. Tenha paciência consigo, pois, “a conversão é um processo e não uma mágica…”
Tenho medo de pessoas que se acreditam práticas e resolvidas demais, pessoas que são rápidas e boas em tudo, pois estas, por inúmeras vezes, matam a muitos que precisam ter a oportunidade de ser gente; “gente que não nasce sabendo e que aprende aos poucos”.
Do que vale uma perfeição que sufoca o outro? Jesus nunca nos pediu isso. Ao contrário, Ele nos pede a misericórdia.
“Paciência não se ganha, se conquista, mas, com paciência…”. Se você não entendeu alguma coisa, não se preocupe, calma. Aos poucos você vai compreender… Aliás, quem foi que disse que você tem de entender tudo? Quem!?